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HOKKAIDO

by JOÃO TAMURA & HOLLY

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1.
I _ INITIUM 03:22
I _ INITIUM se eu subo para o palco eu não peço barulho... eu tinha-o de mais em casa. aquilo que eu escrevo é aquilo que me rasga, em cada piano do puto das Caldas. aos poucos arranha-se a alma, vivemos a vida com calma, terramotos e facas, armas, palavras, garras e marcas ou rimas e balas… Lisboa até que algo me leve, Torino nos tempos de neve, coisas num tempo tão breve... será, amor, que a vida nos serve? juras de voltar a tempo, volta para trás: para a estrada… sabor a pavor - eu sei-o de cor. e se estas paredes falassem… tapavas ouvidos. quantos comprimidos e nada. a avó está doente, o pai no trabalho, a mãe já não sabe o que é estar acordada. é madrugada e há fumo no quarto. eu não vejo rumo e estou farto. a voz está tão rouca, o pulso tão gasto, de volta de outro concerto não pago… 100 mãos no ar - não quero saber se há mãos no ar. quero que ouças aquilo que eu falo, escrever aquilo que nos tira o ar 100 mãos no ar - não quero saber se há mãos no ar. gritar e matar, besta ao luar, selvagem de mais para o olhar... mostra-se a carne, apuro o olfacto, treina-se o tacto para coisas maiores. de volta à cidade, de volta ao andar, de voltas às arenas do fim de nós. silêncio é suspenso no ar, demência imersa na carne, imensa maldade… deixa o tambor troar, até o tambor troar... se eu subo para o palco eu não peço barulho... eu tinha-o de mais em casa. aquilo que eu escrevo é aquilo que me rasga, em cada piano do puto das Caldas. aos poucos arranha-se a alma… aos poucos arranha-se a alma… se eu subo para o palco eu não peço barulho... eu tinha-o de mais em casa. aquilo que eu escrevo é aquilo que me rasga, em cada piano do puto das Caldas… até o tambor troar, até o tambor troar... até o tambor troar, até o tambor troar...
2.
II _ SALTO 03:44
II _ SALTO ela voa para Torino e esquece tudo aquilo que fomos. decoro aquele caminho como decorei o trono. onde tu caías quando morrias de sono... e eu não percebo como o tempo não te afoga, a neve não te toca, e o carro não pega ao lado do Lago Como. o que é nosso é feito de ouro. estamos sós como lobos na cidade do Toro uma vida só é pouco e eu levo-a onde eu cresci e onde é fácil aprender que um homem não é a pele que o cobre, nem a carne que o reveste, mas o medo que ele tem ou terá de morrer. quando o mar chegar e eu não souber nadar, acredita mãe, eu salto! quando o céu cair, quando todo o chão ruir, tu tem calma mãe, eu salto! quando ela não descer, quando tudo não crescer, olha para mim, eu salto! quando o fim vier, eu salto... quando o fim vier, eu salto! e o que é para ti a fala? o que é para ti o medo? o que é para ti a casa sem ela na sala? o que é para ti o tempo? o que é para ti o frio? a vida na cidade tem-te mostrado o vazio, cada vez que ela vai, arrepio. e tu preso à realidade por um fio. as veias da mãos, eu sei-as e são cheias em vão. será que o mundo se vai embora e os barcos se afogam quando as alcateias vão? as coisas são tuas, as minhas são tuas, vivemos às escuras. planícies em Tulsa onde rasgavas o céu com as unhas.. montanhas da culpa, aprender a ternura com coisas mais puras imóveis esculturas, o peito que educas caindo de alturas. ser aquilo que usas, os traços de Goya com os quais te torturas. e que caia Tróia, os mares e os rios e as ruas... quando o mar chegar e eu não souber nadar, acredita mãe, eu salto! quando o céu cair, quando todo o chão ruir, tu tem calma mãe, eu salto! quando ela não descer, quando tudo não crescer, olha para mim, eu salto! quando o fim vier, eu salto... quando o fim vier, eu salto! quando o mar chegar e eu não souber nadar, acredita mãe, eu salto! quando o céu cair, quando todo o chão ruir, tu tem calma mãe, eu salto! quando ela não descer, quando tudo não crescer, olha para mim, eu salto! quando o fim vier, eu salto... quando o fim vier, eu salto!
3.
III _ ILUSÃO és estátuas de pedra a arder... no fundo com fumo vais ver que não és tu que ficas menor, é a lua que está a crescer. as lutas são contra fantasmas, são contra nós próprios. as vidas que guardavas nas salas onde fumavas o ópio fogem para longe. há coisas que eu nunca sei ver, coisas que eu não vou aprender… um homem nada tem a temer! e o fumo foge - mas eu não. sábios são os lábios que não dão beijos nas costas da mão a reis que nos negam o pão, são ilusão... Ilusão… quantos corpos não o são? há escuro entre nós. faz muros entre nós. eu sei que fumas após dançares com a morte. tu és onde o tempo não corre, as cidades acabam e um homem se destrói. as lutas são tuas, as quedas são nossas quando levas a noite. animal e sou cego. nas margens do Tejo, no silêncio dos gestos… eu, tu e o Mondego cada vez que o sol cresce, a tua espera é diferente quando fumas cigarros. tu matas os deuses, levas os barcos, o tempo, o espaço... Ilusão… quantos corpos não o são?
4.
IV _ FUGA 02:45
IV _ FUGA chega a casa tão cansada quando à noite… ser mãe é duro e dura pouco. os euros são tão nada e ela conta-os com a mão dentro do bolso. só se despe após as oito, aquilo que é do jantar é do almoço. se a vida fosse um pouco mais doce… fugia do fosso até que sente os pontapés dentro do corpo é quando chega tão cansada e vê: aquilo que toca não é aquilo que quer. o que há para lá desta parede não é para se sonhar sequer x2 e ela sabe que ele não é homem a sério: escuta-o bêbedo pelo prédio. se o ordenado já nem para eles serve… como servirá para gémeos? e se um ficar doente? põe a mão sobre o ventre, jura estar ali para sempre para eles. por isso diz adeus à casa, com dois filhos no corpo e uma mão na mala. pois lá fora há um mundo novo. pois lá fora há um mundo nosso. e nós vamos descobri-lo todo. e ninguém dirá que eu não posso! x2
5.
V _ SPATIUM 02:31
V _ SPATIUM se a casa cair mas eu não, sorrimos com um copo na mão. de novo de volta ao colchão, aquilo que respira o pulmão… se a casa cair mas eu não, sorrimos com um copo na mão. de novo de volta ao colchão, aquilo que respira o pulmão és tu… …
6.
VI _ CAPUCHOS XXI eu quero que a doença saia toda de ti - das veias, do peito, das pernas. e que te esvazie como deixaste aqui as salas, as camas, as mesas. porque as radiografias têm negro, e elas na cozinha têm medo. e eu não ouço o que elas dizem em segredo, mas eu sei que o adivinho com os dedos... cada vez que eles te tocam por dentro dos cabelos - e eu não quero sabê-lo, e eu não quero dizê-lo. é o tempo que te corta os membros: o que de ti resta é só dele. o devaneio dos animais - somos uns. avó e tu confessa: rezas a que deus? pois há lugares que adoecem como tu... tanto o quarto, como o céu, como eu. tantos panos a cair, onde é que te escondes? nas batidas do sentir… morres quando foges. enquanto tu dormias eu caí outra vez. o corpo habitua-se sempre à falta. era quando percorrias os meus dedos - hoje dou-me todo à ressaca. e é saber todos os teus lábios de cor... incendiamos as coroas destes reis à sua frente. e que as deusas chorem sobre nós ao lutarmos contra a carne que nos obriga a morrer. e as coisas que na vida aprendemos levam o pouco de humano que nós temos. e cresce a importância dos gestos - do sexo e do beijo e do resto. e à medida que o tempo acontece eu entendo o teu cansaço e segredo. cristalina em demasia para o chão. delicada em excesso para o tempo. tantos panos a cair, onde é que te escondes? nas batidas do sentir… morres quando foges.
7.
VII _ QUEDA (HAROLD) noites belas, nelas vejo-te sempre… vejo-te à frente mesmo sem tu estares presente. corpo é carente entre corpos, música e charros, entre o barulho das luzes, gritos e carros. meço descompassadamente, eu já não vejo o tempo – drogas mudam a minha mente. a cama tornou-se uma prisão, a solidão e a compaixão tiram-me o chão constantemente e eu morro… quem vem primeiro? deixa-me cair... quando o tempo se acabar leva as coisas com que construíste o mundo, com que destruíste tudo. voltamos para Osaka, o táxi que nos leva a casa, enquanto o trânsito te vai cortando as falas... porque o barulho dos carros, o pulsar da terra, o gritar dos pássaros, o peito, as serras... aquilo que no peito encerras é somente teu deveras, somos a casa de feras. o sol põe-se a cada enterro. incendeias o feno. as manhãs são ouro negro e os cavalos que nelas correm, morrem mas nunca os vemos. é o desconstruir da noite que me ensinas, quando o teu corpo está por cima. és circo de animais sem nome, tu que aprisionas o sol e que o estilhaças no meu corpo. quem vem primeiro? deixa-me cair...

about

I _ INITIUM
II _ SALTO
III _ ILUSÃO
IV _ FUGA
V _ SPATIUM
VI _ CAPUCHOS XXI
VII _ QUEDA (com HAROLD)

CAPUCHOS XXI com as participações de RACCOON e SARA HAYES;
QUEDA com a participação de SARA HAYES e de HAROLD.

escrito e cantado por JOÃO TAMURA; produzido por HOLLY;

gravado em casa, em Lisboa; mistura e masterização por RODRIGO ANACLETO: facebook.com/rodigo.anacleto.31 // @mr_grizzzles;

artwork por JOÃO TAMURA e FRANCISCA MARQUES.

HOKKAIDO disponível para escuta e download em:
www.youtube.com/coizasdontem

HOKKAIDO também disponível para aquisição em formato físico por 5 euros. encomendas:
joaotamura.holly@gmail.com
www.facebook.com/joaotamura540/
www.facebook.com/beatsbyholly

JOÃO TAMURA:
www.facebook.com/joaotamura540/
www.instagram.com/joaotamura/
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joaotamura.tumblr.com
twitter.com/joao_tamura

HOLLY:
www.facebook.com/beatsbyholly
soundcloud.com/hollyhollys
www.facebook.com/wemvny/

credits

released April 18, 2016

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about

João Tamura Lisbon, Portugal

João Tamura é músico, poeta e fotógrafo. Nascido em Lisboa, nos anos 90, começou a fazer música cedo, aos 14 anos. Música, essa, que dá vida e roupagem aos poemas que escreve.

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